sexta-feira, 27 de agosto de 2010

E chegou o fim do que provavelmente foi a melhor experiência de minha vida.

Quando eu saí do Brasil, 1 ano atrás, estava extremamente empolgado pelo que viria pela frente, com a certeza que seria algo especial. Também senti muito medo, hoje admito isso com mais facilidade. Medo de não dar certo, de uma incapacidade de adaptação, da solidão, de ficar longe das pessoas que amo e não suportar isso, de acontecer algo comigo e ninguém souber, de eu ser esquecido ali ou, pior, de esquecer quem eu era.

Sobrevivi. E sobrevivi muito bem. Encarei os medos um a um, aprendendo a lidar com eles e a transformar em força. Quando me dei conta, eles haviam ido embora. Foi quando de fato comecei a aproveitar essa oportunidade. Fiz amigos, viajei muito, vi pessoas queridas que ficaram para trás e foram me visitar (ou eu fui visitar), conheci lugares maravilhosos, passei por experiências incríveis que me acompanharão para o resto da vida, evoluí demais como ser humano, pessoa, amigo, família. Essa evolução pôde ser notada aqui mesmo, nesse espaço, em cada texto, nos detalhes e na forma como cada um foi escrito, apesar de eu ser um péssimo demonstrador de emoções.

Vivi em um lugar fantástico, em que encontrei o equilíbrio perfeito das coisas que buscava entre estrutura, localização, beleza, clima, tamanho. É algo indescritível como me sinto em Barcelona e como tenho a sensação de que esse é de fato meu lugar, muito mais que qualquer outro lugar em que já estive, incluso minha cidade natal.

Esbarrei no problema de emprego. A Espanha estava afundada em uma crise fortíssima (na verdade ainda está, mas agora começa a demonstrar alguns pequenos sinais de melhora, mas ainda demorará um pouco para se recuperar). No começo não procurei emprego, queria sentir como seria o andamento do curso e estava envolto nos medos que comentei. Depois passei a buscar, mas me vi preso na questão da alta taxa de desemprego local e de ser um extra-comunitário, ou seja, vagas bem limitadas. Em tempos de crise nacional, praticamente inexistentes.

Não foi dessa vez. Batalharei para que não tenha sido a última. Assim espero.

Dessa experiência carrego já a saudade que jamais será satisfeita, a alegria de poder ter passado por isso, milhares de histórias, amigos para o resto da vida (longe de casa essas parcerias se intensificam absurdamente) e principalmente a riqueza de espírito que me proporcionou. Certamente encaro a vida de uma forma bem diferente à que fazia antes.

Fins després, Barcelona. Tornaré aviat, però teu estaràs sempre amb mi

Barcelona es poderosa, ella tiene el poder.

Acabou a “Adiós Muchachos Farewell Tour”, carinhoso nome dado à essa viagem de despedida. E terminou muito bem em Valência, ao lado de bons amigos e com direito a realização de sonho de infância.

Como disse no post anterior, a Tomatina era algo que eu sempre quis fazer. E realmente vale a pena. Sujo das cabeças aos pés de tomate, havia pontos em que era possível nadar nos esmagados misturados à água que os habitantes jogavam das janelas de suas casas e apartamentos nas pessoas por meio de mangueiras, baldes, canecas e bacias. Algo divertidíssimo, insano, completamente diferente. Fica ainda mais curioso quando pensamos que muitas vezes ao pisar em um buraco com lama já ficamos com nojo mas que, totalmente cobertos de tomate, água, suor, milhares de pessoas te esmagando e tacando tomates uns nos outros e eu não estava nem aí, até queria mais tomates.

O outro dia, que vem a ser hoje, foi basicamente praia e a viagem de trem de volta a Barcelona.

Esse é o último post sobre essa viagem, então acho que seria interessante fazer um balanço do que foi passar por 23 países em 10 semanas, que apesar de ser pouco mais de 2 meses pareceram uma vida inteira tamanha foi a intensidade.

Lugar

Melhor: Bled (Eslovênia) e Santorini (Grécia) – Menção honrosa a Berlim (Alemanha)

Pior: Hamburgo (Alemanha)

Bled foi um choque. Um cartão postal existente, um paraíso incrustado nos Alpes Julianos, em um país praticamente desconhecidos pelos brasileiros. Nada nessa viagem foi mais charmoso que o lago Bled e sua microilha abrigando uma igrejinha, vistos do castelo construído em um barranco bem ao lado. Já Santorini realmente justifica a fama que tem, com lindas praias, mulheres, comidas e um mar azul de um tom que jamais havia visto. Se for para lá, aproveite cada segundo. Berlim merece uma menção honrosa por ser uma cidade enorme e ao mesmo tempo encantadora. Muito da rica história alemã e mundial passa por Berlim, um lugar capaz de coisas fantásticas e terríveis. Culturalmente, talvez tenha sido o ponto alto da viagem, superando até mesmo Moscou e Atenas. O destaque negativo vai para Hamburgo, uma decepção total. Eu até agora busco algo de positivo naquela estada e não achei.

Estadia

Melhor: Berlim (Alemanha), Brasov (Romênia) e Helsinki (Finlândia), menção honrosa a Praga (Rep. Tcheca)

Pior: Veneza (Itália)

Antes de tudo, acho covardia citar casas de amigos em que fiquei, portanto elas não contam nessa estadia. Com essa premissa, tenho que ficar com os luxuosos hotéis de Berlim, Praga e Helsinki. Excelentes hotéis, com boa comida, preços de razoáveis a bons (exceto Praga, que foi o hotel mais barato que fiquei em toda a viagem e era um 4 estrelas!), bares e bom atendimento. Brasov entra aqui pela sua peculiaridade, era um quarto no apartamento de uma família, fez sentir-me em casa, tendo cozinha, banheiro, sala, etc, construído em um antigo condomínio socialista. Já Veneza foi um lixo, um prédio antiqüíssimo construído ao lado de um canal fedorento, em local barulhento e com a diária mais cara de todas. Internet paga e bem lenta, cama desconfortável, banheiro pequeno e sem box, o que inundava tudo.

Trem

Melhor: Moscou - São Petersburgo

Pior: Kaliningrado – Gdansk

Os trens europeus meio que seguem um padrão, não se diferenciam muito, mas houve algumas disparidades que mereceram esse tópico. Por curiosidade, o melhor e o pior colocado são russos. O primeiro era um trem moderníssimo, com todo o conforto e boa velocidade, além de um excelente preço. O segundo era horrível, lentíssimo (menos de 20km/h de média), quentíssimo (sem ar-condicionado e com janelas que não abriam, em plenos 37ºC na sombra).

País e povo

Melhor: Eslovênia, Portugal, Espanha, Alemanha

Aqui eu realmente penei para me decidir. Pensei até em tirar, mas quis deixar como tributo e agradecimento aos fantásticos eslovenos e portugueses, países que, principalmente por causa de seu povo, passei a nutrir um grande carinho. A Alemanha seria o país que moraria para trabalhar ou morar em cidade grande. Já Espanha (e Portugal também) eu realmente me sinto bem, é o que mais tem a minha cara, embora eu seja muito suspeito por ser apaixonado por Barcelona (e também Sevilha, Valencia, Porto, Lisboa, Cascais, Sintra... menos Madrid, que é legal mas não é a mesma coisa que os outros). Enquanto ao negativo, não gosto de falar dessa forma (prefiro pensar que são só culturas bem diferentes), os russos são isolados e não fazem questão alguma de mudar isso. Para um estrangeiro, é bem complicado, realmente difícil de poder aproveitar o lugar. Não se pode aproveitar as pessoas, ninguém se comunica com o outro. Uma pena, fiquei com impressão negativa da Rússia.

Surpresa

Melhor: Eslovênia, Santorini (Grécia)

Pior: Hamburgo (Alemanha)

Acho que já falei bem aí em cima os porquês.

Vivi coisas muito legais, riquíssimas em conhecimento e cultura. Passei por territórios europeus ocidentais, orientais, nórdicos, judeus, árabes, ciganos, desde pequenos povoados no meio do nada a civilizações outrora dominantes.

Muitas marcas roxas nas canelas por dormir em locais diferentes a cada noite e por ser um desastrado por natureza, uma única baixa na viagem (uma bateria reserva da maquina fotográfica, um grande feito), mais lugares com a letra B (foram 9, contando só os lugares em que me hospedei), alguns paraísos e alguns inferninhos, mas o que fica mesmo são as histórias e a experiência que será contada e lembrada para sempre.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Está acabando. Já estou de volta a terras espanholas. Muita coisa se passou nessas últimas 2 semanas, a mais notável delas foi o fim das maravilhosas férias nas ilhas gregas. Quero mais. Deveria ter ficado os 2 meses lá!

Brincadeiras à parte, aquela região realmente merece a fama que tem. É maravilhosa, especialmente Santorini.

Não fiz os 6 dias de praia como escrevi. Comecei pela terra do Minotauro, teria que dar uma fuga para perambular pela parte histórica de Iráclio, capital cretense, lugar de tanto valor histórico e mitológico. Bem interessante e frequentada em sua maioria por jovens. Pena somente que as praias legais ficam do outro lado dessa que é a quinta maior ilha do Mediterrâneo (atrás da Sicília, Córsega, Sardenha e Chipre, fora de ordem), então essa visita foi mais urbana e histórica. E que foi premiada na última noite com uma intensa chuva de meteoros que durou toda a madrugada. Indescritível.

Saindo de Creta, cheguei ao Paraíso, que atende pelo nome de Santorini. Uma ilha vulcânica, com o vulcão ainda ativo, com as vilas construídas bem no alto. Aquele cartão postal tradicional das ilhas gregas é aqui.

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Para poder ter mais liberdade, aluguei um quadriciclo pelos 2 dias, assim poderia pingar de praia em praia independente dos onibus, além é claro de poder parar em qualquer lugar e fazer o que bem entender. Essa foi talvez a melhor coisa que fiz em toda a viagem. Em nenhum ponto eu aproveitei tanto quanto em Santorini.
Acordava cedo, ia para uma praia, mergulhava, tostava um pouco no sol, pegava a moto, ia para outra, repetia o procedimento, parando no meio para uma cerveja BEM gelada e almoço, que o calor estava tenso. Com isso consegui conhecer Santorini inteira, aproveitando até bem depois do por do sol, quando parava para comer um crepe, tomar mais alguma coisa (já sem moto, claro).

Também gostava de sair dirigindo pelas estradas à noite, curtindo esse momento, parando para ver o céu estrelado, sentir o vento na cara e engolir mosquitos. Pequenos prazeres motociclísticos que eu sentia falta.

Saindo de Santorini, a barca para Mykonos, local que eu exclusivamente curti praia. Mais 2 dias tostando até o por do sol (aqui pelo menos acordava bem mais tarde, a praia ficava literalmente na saída do hotel), tomando cerveja, refletindo sobre a vida e nadando naquela imensidão azul.

Despedi-me da Grécia passando mais uma noite em Atenas, no mesmo hotel que fiquei antes que, sem exageros, possui a cama mais confortável que já dormi em toda minha vida, além de poder falar que vi 6 pores de sol em 6 dias, como esse aqui embaixo, em Santorini.

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Estava acabada a parte oriental da viagem. Próximo destino foi Porto, em Portugal. Uma cidade encantadora e acolhedora. Adoro Portugal e cada vez que vou lá, mais eu gosto. Aliás, isso vale para toda a península ibérica. Encontro com amigo, daqueles tão bacana que você lamenta por não poder ver sempre, passeio pela cidade e partida para outro continente: África.

Minha entrada e, infelizmente, única parada seria Marrakesh, dentro do Saara, no Marrocos.

Sabe o caos? É uma coisa evoluída e melhorada tendo como base esse local. Além do calor insuportável beirando os 45º durante o dia e os 37º à noite (quem falou que faz frio no deserto à noite é um grande brincalhão), as ruas são extremamente desorganizadas, um labirinto de formigas gigante e com passagens bem mais estreitas que se bifurcavam, trifurcavam e até mais. Para não me perder, decidi caminhar somente pela rua do hotel, numa inda e vinda estudada pelo mapa que passaria por alguns lugares interessantes.

Andei, cruzei aqueles mercados a céu aberto. Pelas ruas, se vende de tudo, mas principalmente tecidos e artesanato. Não encontrei nenhum mercado nem restaurante. Os locais que passam veículos não possuem nenhum tipo de sinalização por placas ou faixas pintadas. É uma terra de ninguém, com os carros andando numa loucura disputando espaço com motos, caminhões, bicicletas e pedestres, já que calçada não há ali. Invariavelmente carros invertiam a mão do tráfego, uma loucura. E claro que me perdi, mas acabei me achando sei lá como.

É preciso ficar esperto por lá, com os marroquinos te puxando pelo braço, tentando te vender tudo, etc. Tirando essas coisas, o lugar realmente é fascinante. A arquitetura totalmente diferente, o mundo árabe e suas peculiaridades e até o caos ganham uma beleza especial. Quis entrar em uma mesquita mas fiquei com receio de não me portar como deveria ou de desrespeitar algo de forma inconsciente, achei mais prudente olhar só da porta e me contive com isso.

Na hora de embarcar de volta para a Europa, uma série de problemas. Achei que me ferraria, mas consegui me virar e deu tudo certo. Ligo o iPod e o que toca?

Dá para não se animar com essa brincadeira do destino? Saí andando sorrindo como se minha vida fosse um comercial de margarina

Voltei à Europa, por Sevilha. A Espanha é demais. Um país que eu nunca dei muita pelota e que hoje sou completamente apaixonado. E Sevilha só reforçou isso, uma linda cidade, historicamente rica e peculiar, com suas influências romanas e muçulmanas, mas com uma raiz espanhola inegável, terra do flamenco, dança dos ciganos. Pena só que é quente demais, mas limpa, organizada, atraente.

Daqui a pouco embarco para Valencia curtir a tomatina (não sabe o que é isso? Pesquise no Google Imagens) com alguns amigos e a volta para Barcelona na quinta-feira, onde terei um dia e meio para dar meu adeus e voltar para o Brasil.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Não tinha muitas expectativas em relação à Bulgária. Excetuando as praias da costa do Mar Negro, não é um destino turístico comum. Sofia, sua capital e único lugar que tive tempo de visitar, me lembrou algumas cidades polacas. Os prédios antigos, algumas construções praticamente medievais, a história do povo sempre presente e o alfabeto cirílico novamente presente. Como assim? O alfabeto russo? Errado. O russo não é russo, é búlgaro. Mais uma coisa aprendida.

Foi um caos para comprar minha passagem de Bucareste a Sofia. O trem noturno estava lotado, então teria que perder 10h de viagem diurna. Por causa disso, cheguei bem tarde e mal tinha tempo de fazer check-in, quem diria passear. Então cheguei no quarto, tomei um banho e resolvi ligar a televisão, já que a internet não funcionava lá. Me diverti horrores com tanta bizarrice, uma das experiências mais surreais de minha vida. Havia um canal musical que só passava clipes tosquíssimos, praticamente caseiros. Tinha um, por exemplo, de um cara gordo de bigode cantando numa casa toda detonada, talvez até bombardeada, com uma loira cavalar rebolando e se roçando nos pilares. E música RUIM, com umas sonoridades meio indianas. Hilária!

Não era esse o que vi, mas o cantor é o mesmo e se bobear o cenário também


Esse é outro cantor famoso por lá, vi esse clipe também




Mudei um pouco de canal, passavam vídeo cassetadas, depois uma versão em búlgaro de Hit the Road, Jack, entre tantas outras tosqueiras. Até esqueci o cansaço e fiquei até 2 da manhã dando risada sozinho.

No dia seguinte, teria a manhã e o começo da tarde para conhecer Sofia, já que no fim da tarde deveria estar no aeroporto para embarcar a Istambul (1h de vôo frente a 14h de trem, 20 euros a mais somente). Dei aquele giro tradicional, almocei uma bela costela de porco digna de Outback e peguei um táxi para o aeroporto. 25 minutos depois, 8 euros. Táxi por essas bandas é muito barato. Em Bucareste eu peguei um para evitar aquela zona das obras e ir até a estação de trem. 8 minutos depois, 0,50€. Sem sacanagem, paguei 50 centavos numa viagem de taxi.

Vôo sem problemas, chega a Istambul. Agora me arrependo amargamente de ter deixado somente 2 dias para a Turquia. Que lugar fascinante! Essa diferença de culturas, tão presente nesta viagem, aqui é ainda mais evidente. Um país árabe (ocidentalizado, é verdade, mas ainda árabe), nada daquela organização metódica européia, muitas vezes me lembrava a 25 de março em SP, de tanta gente andando pelas ruas, buzinas para todos os lados, comércio vendendo de tudo, pessoas sentadas nas calçadas jogando gamão (bem popular na Turquia), tomando um tradicional chá local ou fumando seus narguilés. Muitas mulheres totalmente cobertas, mesmo com a temperatura constantemente acima dos 30ºC, andando 2m atrás dos homens. Fiquei realmente vidrado com a Turquia, querendo realmente ficar mais tempo, mas já havia comprado minha passagem para a Grécia, não dava.

O giro pela cidade foi muito interessante. As mesquitas, o comportamento social, a mescla árabe-européia. Uma coisa que eu precisava fazer e não sossegaria enquanto não fizesse era atravessar o Bósforo e pisar na Ásia. Descobri qual era a balsa e fui. Pronto, Thomas, mais um continente para tua conta. Agora só faltam África (em alguns dias) e Antarctica!

Vale a pena passar uma semana na Turquia, entre Istambul, Capadócia, praias do Mar de Marmara, Negro e Mediterrâneo. Infelizmente não havia tempo para tal, mas certamente volto para explorar com mais calma. E essa visita só me fez ficar com ainda mais vontade de ir ao Oriente Médio.

A próxima parada foi Atenas, berço da cultura helenística. Confesso que esperava algo nos moldes de Roma, mas não há tantos resquícios dos templos. Óbvio que há construções antigas maravilhosas como o templo de Zeus e o imponente Parthenon, mas não são tão numerosos quanto os romanos.

Também estava presente o calor, menos úmido que nos outros lugares (bem seco, até), mas em temperaturas nominais mais elevadas, o que gerava a mesma sensação. Acho que desaprendi o que é calor morando naquela cidade de temperatura agradável o tempo todo (tirando algumas poucas semanas de frio mais intenso, mas nada insuportável). Voltarei a Atenas daqui uma semana, quando acabarem minhas mini-férias da viagem. Oi? É, decidi tirar férias das férias. Chega de ficar zanzando pra cima e pra baixo com mala, mochila, máquina e correria para estação de trem/ônibus/avião. Uma semana viajando pelas ilhas gregas, só quero saber de sol, cerveja e mar. Creta, Santorini e Mykonos (Rodes e Kos não deu para aproveitar, ficaria muito caro e tomaria muito tempo). Aliás, neste exato momento estou no barco em direção à terra do Minotauro, portanto vou até o bar pegar a primeira cerveja e curtir as férias.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O timing foi excelente. Após aquela experiência impressionante que foi Auschwitz e a sensação de isolamento que tomou conta de mim, a visita de 4 noites a Budapeste não poderia ter sido melhor.

Pela primeira vez nessa viagem (e provavelmente a última), tive uma companhia em tempo integral. No primeiro dia, novamente me encontrei com os lusitanos, ficando até a tarde perambulando pela cidade. Se der tempo, vou visitá-los antes de voltar ao Brasil. À noite, uma ida ao aeroporto. A ansiedade era tanta que cheguei lá mais de 1h antes do horário estimado para a aterrisagem. E assim que cheguei, vejo que o vôo estava atrasado.

Algumas voltas pelo aeroporto e muita bateria de iPod gasta, ela chega. Novamente ela, para mais uma aventura, alguém muito íntimo para eu poder descarregar os conflitos que Auschwitz me proporcionou e me fazer retomar o rumo da viagem. Como disse, o timing foi excelente.

Budapeste é uma cidade encantadora e que em muitos aspectos me lembrou Barcelona. Limpa, organizada, grande sem ser, linda, com a diferença que os húngaros parecem ser mais simpáticos que os catalães.

Como tivemos 4 noites, deu para aproveitar o local com calma. Passeios pelos principais pontos turísticos, alguns não tão turísticos assim, uma vida mais próxima do normal, sem ter tanto aquela cara de "estou viajando". Ida ao mercado, sair no meio da noite para tomar sorvete, gastar algumas horas relaxando num banho termal tradicional de Budapeste, voltar ao hotel no meio do passeio só para assistir corrida de F1 (que era lá mesmo naquele fim de semana, mas que desistimos de ir). Até o clima deu uma trégua, estando quente mas nem de perto quanto já enfrentei dias atrás. Definitivamente Buda e Peste foram dos pontos altos da viagem. E como uma companhia faz diferença.

Após o retiro que foi a Hungria, hora das terríveis e odiadas despedidas. Sou péssimo nisso. Ainda mais não sabendo quando haverá um reencontro. Novamente sou golpeado pelas emoções. Mas como são elas que estão tomando conta da viagem, não necessariamente é algo ruim. Essa jornada é para ser sentida e vivida, então é bom estar com as entranhas expostas.

A saída para a Romênia foi tranquila, num trem noturno, dividindo a cabine com mais 2 austríacos. Quase perdi minha parada, Brasov, no meio da Transilvânia. No fim, deu certo.

O hotel reservado era perto da estação de trem e um pouco afastado do centro, algo como 20 minutos de caminhada. Mas aqui o centro da cidade não era meu objetivo. O que pega lá é o castelo do conde Drácula! Em tempos de Crepúsculo, ele fica meio em voga, então imaginei que lá estaria lotado de pequenos seres adolescentes que não fazem nem ideia do que é a lenda/realidade de Vlad III, o Impalador.

Falsa impressão. Mas, chegando lá, descubro algo não lá muito legal. FUI TAPEADO!

Eu conheço relativamente bem a história. Quando vi a construção falei: esse não é a fortaleza de Vlad. E estava certo. Aquele castelo era onde se ambientava a história de ficção escrita por Bram Stoker, inspirada no conde, mas não era o dele. Vá lá, ele passou umas 2 vezes por aquele local, mas o seu mesmo era mais ao sul, umas 2h de viagem. E agora está em ruínas, não tem ônibus para chegar lá nem trem. Teria que alugar um carro e fazer um bom desvio do roteiro. Desisti.

No suposto castelo do Dracula se vende de tudo, desde vinho local e espadas medievais a camisetas Nike falsificadas (se me falassem que a origem era do outro lado da Ponte da Amizade, eu acreditaria) e Banco imobiliário do Bob Esponja, passando por máscaras de carnaval, mel e cataventos.

Voltei para a cidade (o castelo fica em Bran, 45 minutos de ônibus de Brasov), dei uma boa volta pelo centro, subi de teleférico em uma montanha que tinha um letreiro imitando o de Hollywood com o nome da cidade e voltei para meu apartamento.

Apartamento? Pois é! O hotel não era um hotel, mas um apartamento de 3 quartos em um dos muitos prédios da época socialista pertencente a uma família que morava em outro local. Sensacional!

Meu quarto era enorme, com vista para a garagem lotada de carros velhos dos moradores daquele BNH romeno, havia uma cozinha, 2 banheiros, uma salinha de estar. Me senti em casa, foi ótimo para quebrar aquela sensação de hotel que é minha vida nas últimas semanas.

Ao sair de Brasov, rumei à capital Bucareste. E aqui, onde estou agora, foi meio traumático. Segui a receita de reservar um quarto próximo à estação de trem. Mas a região está toda em obras e ninguém falou isso, tive que dar uma volta ENORME a pé, passar no meio de obra, tudo cheio de areia, cães selvagens, uma merda. Desisti de passear pela cidade pelo cansaço que foi para chegar aqui e desmotivado por saber que teria que passar por tudo aquilo novamente. Para completar, o quarto é o pior em que fiquei nessa viagem, com uma cama tão ruim que as molas te impedem de dormir, machucando todo teu corpo, além dos buracos no que resta do colchão, uma internet capenguíssima que cai o tempo todo, um banheiro dos mais fedorentos que já entrei, uma ESCAVAÇÃO na janela, um frigobar que não funciona e o mais legal, um chuveiro sem cortina! O box é daqueles baixinhos, sem paredes, mas não tinha nada para evitar que a água saia daquela região do banho. Já prevendo o desastre, coloquei uma toalha no vão da porta, para evitar que o quarto se inundasse. Não deu outra, o banheiro alagou de tal forma que se eu tivesse um peixe poderia soltá-lo tranquilamente no chão que ele viveria no melhor aquário de sua vida.

Agora saio para a estação de trem, rumo a Sofia, na Bulgária. Não havia mais vagas no trem noturno (primeira vez que isso acontece nessa viagem), então tenho que encarar 11h de viagem durante o dia, perdi definitivamente o passeio por Bucareste, se eu acordasse hoje de humor melhor. De lá, pego um avião no sábado a noite para Istambul, Turquia. E tive que cortar Chipre do roteiro, as balsas demoram muito e o avião está caríssimo.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Nesta viagem em que estou no meio vi e aprendi muito. Jamais imaginei que me acrescentaria tanto em cultura, auto-conhecimento, experiência e emoção.

A Cracóvia foi um lugar de opostos. Um lugar em que passei muito tempo acompanhado por uma dupla de portugueses que conheci na estação de trem em Varsóvia (e que tornarei a encontrar amanhã em Budapeste), mas também um lugar em que estive sozinho de uma forma que poucas vezes estive em toda minha vida.

A chuva continuou atrapalhando a viagem, chovendo todos os dias com exceção a hoje, quinta-feira, dia em que embarco à noite para a Hungria. Em consequência, os 2 primeiros dias foram praticamente dedicados a cervejas, risadas e histórias. Fiz 2 bons amigos conhecidos em um momento totalmente inesperado, descendo uma escada numa estação de trem, encaminhando-se para uma plataforma de embarque que depois vimos estar equivocada, o que nos fez perder o trem. Nós e mais umas 20 pessoas.

No momento em que verificamos, o monitor apontava uma plataforma e o trem estava em outra. Por causa disso, perdemos a viagem e tivemos que pegar um outro trem, 45 minutos depois. Sentamos na mesma cabina e fomos batendo papo. Conhecemos 2 polacas que nos indicaram um café na praça central da Cracóvia. Marcamos de nos encontrar por lá mais tarde. Antes, uma parada nos respectivos hotéis para um banho e largada de malas.

Encontrei com os gajos e fomos à procura do tal café. Após mais de 40 minutos buscando, encontramos. E nada das polacas. Acabamos ficando por lá mesmo, tomando cerveja. Na mesa ao lado, um aniversário de uma outra polaca, 20 anos. Elas fizeram-nos estourar um balão com uma mensagem dentro, dizia ser tradição cracoviana. Quem sou eu para quebrar uma tradição?

Obviamente a mensagem estava em polaco e não entendemos nada. Uma das meninas traduziu, algo nada demais que já não lembro, como um biscoito da sorte chinês. Acabamos entrando na festa também e ficamos conversando todos até a hora de ir embora.

No dia seguinte, a chuva aperta, o frio se intensifica (lembram-se do calor dantesco russo? Aqui fazia 13º), marcamos uma viagem curta a Auschwitz, o maior campo de concentração nazista de todos os tempos, no complexo de Birkenau.

Estava curioso. Não quero nunca mais voltar lá. Com o passar do tempo a curiosidade foi perdendo espaço, surge a revolta, nojo do ser humano, até chegar a um ponto que bateu um desespero e uma vontade louca de ir embora. É forte demais. Não posso falar muito mais dessa experiência, isso é algo que as pessoas sentem, vêem, cheiram.

Me senti sozinho lá. Introspectivo, em conflito interno. A impotência diante daquilo veio forte. E a solidão se fez presente. E isso me fez todo sensível, ter vontade de dividir essas sensações com outras pessoas próximas e lembrar que a solidão só é boa para sentir falta dos outros, como diria um conhecido.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Hoje será rapidinho, só o áudio porque as fotos não estão subindo pela lerdeza da Internet.


Isso foi gravado na quinta-feira, 22. Já deu para perceber que desisti de contar os dias, né? Por curiosidade, hoje domingo 25 é o dia 38 da viagem. Muita coisa passou, inclusive a metade dela, infelizmente, embora a minha vida de Barcelona já pareça um tanto quanto distante.

De Gdansk, vim para Varsóvia mas que, por problemas com minha conta no banco (já resolvidos) e pelo clima (ainda tá uma merda), não deu quase para passear. Amanhã vou para Cracóvia, onde fico até quinta, viajando um desses dias para Auschwitz. Lá as coisas devem estar melhores e volto a postar, mas com as fotos. E tomara que amanhã eu consigo passear decentemente por Varsóvia.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Minha primeira impressão não estava errada, São Petersburgo realmente possui mais estrutura e é bem mais simpática que Moscou. Porém, ainda está longe de ser comparada com vários outros destinos que já passei, incluindo cidadezinhas no meio do nada. Pelo menos no hotel que fiquei havia ar condicionado e as recepcionistas sabiam falar inglês.

Na cidade, as placas estavam em cirílico também, mas já havia algumas com o escrito em alfabeto romano, o que facilitava e até me ensinou um pouco de como eles escrevem. Por exemplo, N invertido é I, V é S, b é V, 3 é Z, P é R, T é T mesmo... Uma puta confusão.

Aliás, não entendo porque não deu certo um único idioma (e alfabeto) no mundo. Isso faria uma diferença absurda para os viajantes e até para o comércio. Orgulho babaca.

Achei que iria passar ileso mas, no último momento, me perdi. Tinha 4 horas para passear entre a hora do check-out do hotel e a hora da partida do trem, com destino a Helsinki, na Finlândia. Passei na estação de trem, paguei por um armário e saí pela cidade. Queria passar em um lugar que me parecia um pouco longe, mas que de metrô seria relativamente rápido. O problema é que calculei mal a posição geográfica do monumento/museu e fui parar a pelo menos 1:20 de caminhada do local. Embaixo de sol, quente pra cacete, suando como condenado, sem sombra e preocupado com a hora.

Pelo menos sabia como chegar ao terminal, que fica à beira-rio, assim como a “avenida” em que estava (quase uma auto-estrada). Resultado: cansei pra cacete, não vi o monumento e cheguei podre à estação praticamente 1h antes da partida do trem.

Estação Finlândia, de onde partem os trens para Helsinki em São Petersburgo. À frente, a imagem de Lenin, na cidade antes chamada Leningrado. Em cima do prédio ainda há a estrela comunista.

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

- Tio, dá um trocado?

- Ah, moleque! Vá se...

Fiquei traumatizado com o sanduba de Moscou, então parei numa padaria e, por mímica, peguei uma Pepsi (a mulher não entendia que eu queria suco, besta) e 2 croissants, que não tem muito erro.

Free Image Hosting at www.ImageShack.us


Free Image Hosting at www.ImageShack.us


Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Hermitage, importante museu

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Fidel Castro se mudou para São Petersburgo e agora faz caricaturas camaradas

Quantos Ladas você vê na foto?

Infelizmente minha experiência russa não foi lá como eu queria, mas sem grilos. Daqui alguns anos voltarei e quem sabe não tenho melhor sorte...

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Já Helsinki foi sensacional. Uma pena que esse lugar seja um bloco de gelo por 9 meses por ano. Eu tenho um princípio que é imutável: se o lugar mais quente da casa é a geladeira, algo está errado.

A cidade é pequena e bem charmosa. Orgulha-se de suas raízes escandinavas e é bem diferente da Rússia, mesmo com a proximidade. Todos (sério) falam inglês, de arquitetura bem interessante e uma vida de rua. Acredito que no inverno deve ser uma merda, uma cidade tão legal e você preso em casa por conta do frio.

Escurecia bem tarde, perto das 23:30 (o famoso sol da meia noite), então dava para aproveitar bem e dormir um pouco mais.

Meu primo Marcello estava na cidade com uma excursão de adolescentes que jogam bola. Acho até que já disse isso por aqui antes. O problema é que o Zé Mané não me falou que hotel que ele estaria, não marcou nada e, no dia seguinte à minha chegada, iria embora. Minha idéia era jantar com ele na sexta (dia que cheguei, as 22h locais), mas não rolou. Paciência.

No dia seguinte, sábado, sai para passear pela cidade. Passei numa igreja importante da cidade e havia um casamento acontecendo. Fiquei assistindo um pouco e, como já estava acabando, imaginei que sairia uma foto legal da igreja com um belo Mercedes da década de 50 parado na frente e os noivos descendo as escadas. Decidi esperar terminar sentando do lado de fora. A motorista do Mercedes veio bater papo e ficamos conversando um tempão. Contou que é de uma família de colecionadores, sendo que ela tem mais outros 8 carros além daquele, mais não sei quantas motocicletas, enquanto que o pai dela tem mais de 50 tratores. Sei lá porque alguém colecionaria tratores velhos, mas cada um faz o que quiser. Se gosta, tem mais é que fazer isso mesmo. No fim do papo, ganhei uma caixa de um tradicional doce deles, ela me explicou que era bem antigo. Quando abri para comer, eram balas de alcaçuz! Ótimo, adoro. Engraçado que na hora me lembrei das histórias de quando eu era pequeno que diziam que vendiam na porta das escolas balas Mentex com droga injetada dentro. Isso criou uma paranóia na minha cabeça, toda vez que comia um Mentex analisava minuciosamente a bala antes de colocar na boca em busca de algum vestígio de furo de seringa. E me peguei fazendo a mesma coisa agora, mesmo o pacote estando fechado com plástico.

Free Image Hosting at www.ImageShack.us


Free Image Hosting at www.ImageShack.us

O mercado de peixes e o porto vistos da Igreja Ortodoxa


Free Image Hosting at www.ImageShack.us

A igreja ortodoxa vista de longe


Consegui tirar a foto e desci em direção ao mercado de peixes, buscando comida. Ao chegar lá encontro um monte de brasileiros, moleques. Porra, meu primo está aqui em algum lugar! Depois de 40 minutos andando de um lado para outro, encontro o filhadamãe. Ficamos batendo papo por uns minutos até o momento em que ele teve de seguir viagem. A próxima parada é Gotemburgo e o barco estava para sair.

E continuei meu passeio pela agradabilíssima cidade, naquele instante com o clima perfeito para mim (25º graus, sol), passando por uma igreja construída dentro de uma pedra, pelo estádio olímpico de 1952 (construído na verdade para 1940, Olimpíada adiada pela guerra), o Parlamento, o centro mínimo, alguns parques, enfim...

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

A igreja de pedra por dentro


Free Image Hosting at www.ImageShack.us

As antíteses


Free Image Hosting at www.ImageShack.us


Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Finlândia, a terra dos lagos



Ao sair da Finlândia, no domingo a tarde, o tempo estava nublado, mas sem problemas. Peguei um ferry para ir à Estônia, a menos de 2 horas de distância, minha estadia nas seguintes 2 noites.

A Finlândia, que eu nem pensava em passar, foi mais uma boa surpresa e perfeita para recuperar-me do calor e do caos russo.

Ao chegar na capital Tallinn, desço no terminal marítimo e já me encaminho pra o hotel, ali perto. No momento em que entro, começa a chover forte e fica assim a noite toda. Como a cidade é pequena, dá para visitar tudo em um dia. Contei com a sorte de a segunda amanhecer bem ensolarada.

O clima é totalmente medieval. Mas está tão preservada e bem cuidada que mais se assemelha a uma cidade cenográfica. É linda, a cidade.

Nos restaurantes, todos trabalham com roupas do século XIV (ou de qualquer outro século da Idade Média), as casas do centro são mais antigas que o Brasil, há placas para todos os lados, mapas e, o mais importante, um povo simpático, aberto e hospitaleiro.

Mais uma surpresa na viagem! E mais um lugar que sinto pena ser tão frio no resto do tempo.

Amanhã cedo pego um ônibus para Riga, capital da Letônia, onde devo passar somente uma noite e de lá ir para a Lituânia, último das 3 ex-repúblicas soviéticas.

Free Image Hosting at www.ImageShack.us


Free Image Hosting at www.ImageShack.us


Free Image Hosting at www.ImageShack.us


Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Dei uns tiros de arco e flecha aí!

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Igreja? Nada! Prefeitura de Tallinn!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Russia é um país que impressiona, em todos os sentidos. Em Moscou, tudo é grande, gigantesco, como que querendo impor sua importância e peso. Heranças comunistas.

E consegue meter medo, sim. É muito fácil se perder na imensidão moscovita, mesmo para um cara habituado com a grandeza de São Paulo e de rápida adaptação aos novos ambientes. Fiquei assustado, cheguei até a ficar com medo. Seus prédios absurdamente grandes, seu metrô cujas estações estão muito mais para galerias e museus subterrâneos (tamanha a quantidade de afrescos e obras de arte ali no meio do povão, todas feitas em mármore, um espetáculo a parte), o brilho do dourado usado abundantemente em fachadas.


Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Acreditem, eu estava a mais de 1km desse prédio


Moscou não tem estrutura alguma para turismo, e não faz questão de ter. Todas as placas estão escritas em cirílico, o alfabeto deles, sem tradução alguma, seja para inglês ou para o alfabeto romano. Inglês, aliás, que ninguém fala. Nem no hotel! Somente duas pessoas falavam e, se elas não estivessem, a milenar arte da mímica tinha que dar um jeito. E precisei bastante dela por aqui.

Além do tamanho, o que impressiona em Moscou é a diferença, seja ela cultural, de beleza, de costumes, de feições, de valores. É uma cidade, de fato, diferente.


Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

As pessoas têm traços característicos, não há negros ou asiáticos, as meninas são lindas e as mulheres viram bagulhos que criam pontos de interrogação na nossa cabeça, “como uma menina tão linda virou essa coisa?”.

Uma música russa, para curtir, instrumental:


Também são muito fechados, de difícil sorriso, chegam a ser até deprimentes. Coisas do inverno extremamente rigoroso e duradouro? Repressão comunista? Não sei.

Fez muito calor nesses dias, sempre acima dos 32º mesmo à noite (que é bem curta, escurecendo às 23h e clareando às 3:30, com 2h a mais de fuso em relação ao resto da Europa). Com a umidade excessiva, ficou insuportável. Para piorar, o hotel não tinha sistema algum de ventilação. Era tomar banho e começar a suar em menos de 10 minutos. Sem exageros. Cheguei a cogitar dormir na banheira, porque na cama era praticamente impossível, ficava molhada de suor em pouquíssimo tempo, mesmo sem lençóis e dormindo somente de cueca. Em São Petersburgo não cometerei o mesmo erro e já reservei um quarto com ar condicionado.

Deve ter alguma lei por aqui que proíbe o uso de desodorantes. Ninguém usa. E com o calor que faz, fermenta, fica aquele odor absurdo, em qualquer lugar público que se vá. Isso estragava bastante os passeios pelo metrô, por exemplo.

Não passeei muito pela cidade. Estou arrependido por um lado, claro, mas por outro acho que assim foi melhor. Meu lado responsável falou mais alto, estou sozinho, se acontecesse alguma coisa, estaria ferrado. Ninguém fala inglês, ninguém me entenderia, poderia ser extorquido, enganado, até coisa pior, além de me perder com uma facilidade incrível na cidade e não achar o caminho de volta, ser assaltado por taxista (coisa comum aqui), enfim... Se tivesse alguém comigo teria aproveitado muito mais, aventurado, e poderia ter mais histórias para contar além das observações humanas que estou relatando por aqui. Justo a história soviética que tanto me interessa, uma pena.

Então me prendi ao fácil e óbvio: a Praça Vermelha e suas redondezas. O Kremlin é algo incrível, as igrejas ali ao lado, até o boneco de cera que dizem ser a múmia de Lênin (sim, eu sei que é ele mesmo, mas parece demais um boneco de cera).


Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Saída da Praça Vermelha


Os prédios em volta remetem à época comunista, mas há muita coisa moderna também. Vários Ladas caindo aos pedaços sendo atropelados por incontáveis Mercedes 0km (compradas com o dinheiro das antigas empresas estatais que viraram privadas e que criou uma classe de bilionários). O trem em que estou viajando agora, por exemplo, é o mais moderno que já viajei, nem se compara com os outros. Em compensação, ao lado várias sucatas que andam nem sei como.

Embarquei para São Petersburgo depois de ter comido o pior sanduíche da minha vida, na estação de trem. Tenho mais 2 dias de Rússia, de encanto e medo pela frente. Aqui as coisas parecem ser um pouco mais fáceis, pelo menos o povo é bem mais amigável e a cidade aparenta ter bem mais estrutura e ser mais aberta. Assim espero.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

E a viagem segue firme e forte. Às vezes paro para pensar no tempo que já passou e me impressiono ao ver que já se aproxima de completar o primeiro mês, ou seja, praticamente metade dela já está feita. E parece que foi ontem que sai de Barcelona. O balanço até o presente momento, 12 de julho, contabiliza 9 países visitados, viagens de avião, trem, ônibus, passeios de carro, bicicleta, metrô, bonde e a pé, estadias em hotéis 2, 3 e 4 estrelas, lugares maravilhosos e uma única decepção, Hamburgo.

Gostei tanto de Munique que quis ficar um dia a mais por lá. Para não atrapalhar o resto do planejamento de papel de pão, poderia não ter ido a Dresden ou fazer o que fiz, tirar um dia da viagem a Hamburgo, já que 2 dias e meio não seriam necessários e não encavalaria com minha idéia de passar o fim de semana inteiro em Berlim.

Agora agradeço por ter feito isso. Mas para manter uma ordem, sigamos a cronologia dos fatos.

De Praga tomei o trem com rumo a Dresden, cidade totalmente destruída durante a segunda guerra mundial. E os alemães, primeiro os orientais, fizeram um trabalho impressionante nessa reconstrução. Ela mistura muita modernidade com as histórias do passado que não podem (nem devem) ser apagadas como por exemplo seus ainda numerosos Trabants, carro símbolo da Alemanha Oriental, fabricado até 1990 ali perto, em Zwickau.

De Dresden, cidade encantadora e que recomendo a visita, parti para Hamburgo. E, por conta do replanejamento, sabia que ficaria pouco mais de 24h por lá. Cheguei à estação de trem, atravessei a rua, andei 2 quadras e cheguei ao hotel. No caminho, fui reparando na quantidade de turcos e africanos que ali se concentrava, além dos ainda mais abundantes sex-shops, casas de strip e etc. Uma Red Light District (famosa área de Amsterdã). Deixei a mala e a mochila lá dentro e já parti para a rua. Não gostei muito da vizinhança mas, como era só um dia e o hotel até que era legalzinho, ignorei.

Peguei o metrô para ir até a rua mais famosa de lá, a Repperbahn, onde os Beatles se apresentavam antes da fama. Ao sair, o cenário era amedrontador. Eram muito mais sex-shops, todas coladas uma na outra, as vezes separadas por casas de strip, mas sempre protegidas por leões-de-chácara (leoesdechácara?) e com abundantes prostitutas, travestis, transformistas, Marylin Monroes e afins em suas portas, tentando conquistar clientes. Andei pela rua inteira, esperando ver algo diferente, e nada. Resolvi ir até o Elba, rio que corta a cidade. Lá deve ter alguma coisa legal. Não tinha. De um lado, prédios feios e detonados, do outro, o porto toma conta de 100% do espaço.

A cidade é mal cuidada, suja, baixa. Odiei. Voltei para o hotel já contando os minutos para ir a Berlim. Impressionante isso, jamais aconteceu antes, ter vontade de ir embora o quanto antes, mesmo estando a menos de 5 horas no local.

Definitivamente foi o ponto mais baixo da viagem e dificilmente será superado.

Já Berlim, que coisa maravilhosa. A maioria de vocês sabe o carinho que nutro por Londres, mas Berlim conseguiu superar e me conquistar. É uma capital em todos os sentidos, com sua cultura riquíssima, seu poderio financeiro e laboral, sua política, etc.

Não consigo descrever a sensação que me bateu ao cruzar um pedaço do muro pela primeira vez. Tive vontade de chorar, em parte por sentir o peso daquele local que foi destruído quando eu ainda era uma criança mas que tenho vivas memórias. Ficava imaginando as famílias que foram separadas, pais sem seus filhos, os absurdos de uma guerra silenciosa, a liberdade tão perto mas tão longe. Com um pedaço das minhas origens sendo alemã, senti vergonha.

Continuei seguindo o caminho do muro tentando absorver todo o valor e representatividade daquilo. Passo tempos refletindo, me deixando levar pelas emoções. O máximo que posso falar é “venham e sintam por conta própria”.


Free Image Hosting at www.ImageShack.us


Hospedei-me num hotel na parte oriental da cidade, a poucos minutos de caminhada da Alexanderplatz, o centro da antiga Berlim Oriental. Uma rápida passada por lá, seus parques e seus vendedores de Bratwurst. Peguei um, com bastante mostarda, fui a um quiosque com sombra (35º!!!!) e engatei uma cerveja de 750ml para acompanhar o pão com salsicha mais saboroso do mundo.


Free Image Hosting at www.ImageShack.us


Buscava um lugar para alugar um Trabant e fazer um passeio pelo lado oriental, com seus prédios padronizados, ruas largas e com tantas histórias que ansiava ouvir mas que jamais saberei. Consegui, para domingo (cheguei na sexta-feira). Um modelo militar, conversível (veio bem a calhar, a cada dia estava mais quente, beirando o insuportável).


Free Image Hosting at www.ImageShack.us


O simpático carrinho é divertidíssimo. Não é um carro de desempenho, é um carro para quem gosta de dirigir, para sentir o prazer do local e da direção, ainda mais com seu câmbio na coluna de direção, com a primeira empurrando até o fim e puxando para baixo. E, novamente, com todo um passado e uma representação.

Acabei fechando, junto de outro casal, com um guia para nos mostrar esse lado e contar mais ainda das histórias. Saiu caro, mas o valor disso é imensurável.

Indo para o lado menos intelectual, um amigo de Barcelona também estava em Berlim nesse fim de semana, junto com o irmão e mais 2 amigos visitantes do Brasil. Encontramo-nos para assistir os 2 restantes jogos da Copa do Mundo, um no sábado com a disputa do terceiro lugar entre Alemanha x Uruguai (para mim, essa tinha que ser a final, era o programado, por isso quis estar em Berlim nesse fim de semana) e, no dia seguinte, a finalíssima entre Holanda x Espanha.

Companhia agradabilíssima, muita risada, diversão, festa no meio dos vencedores alemães e espanhóis, cada um em seu dia (e eu torcendo para Uruguai e Holanda).

Agora há pouco cheguei a Moscou. Primeiro avião que pego desde Barcelona-Viena, com três russos MUITO CHATOS do outro lado do corredor. Ficaram enchendo o saco da aeromoça, também russa que até eu achei extremamente inconveniente. Pelo menos o vôo não foi tão longo, 2h30 (frente às 37h de trem cheio de paradas, não é nada), então fiquei livre desses caras. Falarei mais da Mãe Russia no próximo post.

Saio de Berlim com sensação de quero muito mais. Vários lugares para ver, cada um com uma história diferente e marcante. Berlim é encantadora, desafiadora, emocionante, intrigante. Uma cidade que te incentiva a ver, conhecer, ouvir e sentir. Sabendo um pouco de sua história, fica ainda mais fascinante.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Como nos posts anteriores eu escrevi demais (preciso aprender a controlar isso, lado ruim de sair escrevendo como um desembestado e não editar depois), no último fiz um teste e deixei somente áudio e fotos. Como não sei se ouviram os podcasts, talvez seja melhor escrever de novo.

Retomando do ponto em que terminou o último áudio, descobri o porquê dos fogos. Era feriado nos dois dias seguintes, e eles estavam celebrando. Soube também de uma maneira meio forçada, quando vi praticamente todas as lojas da cidade fechadas, exceto em um centro comercial enorme, na parte velha de Praga.

Aliás, essa parte antiga é bem interessante, com suas construções meio góticas, meio barrocas (não sei bem a diferença, só falei isso para parecer intelectual). Muitas igrejas, torres, pontes, etc. Como a maior parte dos lugares que estou visitando, possui um belo castelo, com a diferença que o de Praga é o maior complexo casteleiro do mundo, pelo que entendi. Uma síndrome de estadunidense, de ser o maior em alguma coisa, melhor em algo, nem que seja algo totalmente sem utilidade alguma como a mais larga cerca de fazenda do mundo. Acho sem necessidade isso, serve somente para criar motes e chamarizes. E os norteamericanos adoram isso.

Quando cheguei à República Checa estava um pouco receoso por alguns relatos que li de pessoas “extorquidas” por aqui de alguma forma, se aproveitam de um idioma desconhecido e totalmente diferente dos outros (exceto dos outros eslavos, eu acho) para tirarem vantagem das pessoas, principalmente policiais. Já parti da premissa que se o idioma do país tem acentos nas consoantes, não dá para confiar, afinal, que tipo de gente coloca acentos em consoantes, cacete? Boa gente não pode ser.

Quebrei a cara. Os checos são muito atenciosos, prestativos até em demasia. Um povo bem simpático (tirando a mulher que me vendeu a passagem agora a pouco, mas ela pode só estar tendo um péssimo dia, dou esse benefício da dúvida a ela), amável. E que adora uma cerveja, pivo no idioma deles, inclusive há um aqui no trem neste exato momento, 10 da manhã, tomando a sua de desjejum, com sua boca sem os 6 principais dentes da frente. Há tabernas por todos os lados, muitas nos caminhos das várias linhas de bonde que ainda servem a cidade, um charme à parte. Com esses bondes se chega a todos os lados e são bem baratos, menos de 1€ a viagem de até 90 minutos em qualquer meio de transporte disponível na cidade. E é uma espécie de auto-fiscalização, como na Áustria. Com a diferença que eles passam realmente verificando. Eu fui verificado (acho que nessas horas entraria um daqueles casos de “extorsão” que falaram), mas sem problemas por ter tudo em ordem.

Interessante como Praga é uma cidade muito turística e mesmo assim incrivelmente barata. Fiquei num hotel 4 estrelas pagando 25€ de diária, mais barata que a maioria dos hostéis da Europa Ocidental. Jantava comidas deliciosas, de gourmets, pagando 6€. Uma das noites jantei um tartar de salmão de entrada, pães, um penne al funghi secchi, uma garrafa d’água e vinho, pagando 12€ em tudo.

Mudei um pouco os planos e, pela primeira vez desde que saí, já tenho tudo acertado para mais de uma semana. De Praga vou a Dresden, na antiga Alemanha Oriental, cidade que foi destruída na segunda guerra. Passo uma noite por lá e vou a Hamburgo, ficando também uma noite apenas, para passar as próximas 3 em Berlim. Um amigo também estará por lá, embora em outro hotel. A companhia pode ser legal. De Berlim pego um avião e vou para Moscou, ficando 2 noites, para depois ir a São Petersburgo, ficar também 2 noites e seguir para Helsinki, que quero estar no dia 17 e poder encontrar meu primo que estará por lá numa viagem do clube dele, para jogar bola. Jogar bola, sei... Com 16 anos, longe de todo mundo, um bando de moleque, passando por Amsterdã, Barcelona, Helsinki e sei lá mais onde, a última coisa que eles terão condição de fazer é jogar futebol. E, a partir de Helsinki, é descer até chegar à Turquia, com um pouco mais de 1 mês até chegar de volta a Barcelona. Promete...

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Imprevistos acontecem. A viagem está rolando sem praticamente nenhum planejamento, somente ideias e vontades, então, por isso, não estou conseguindo postar com a frequência desejada já que nos últimos lugares em que estive não encontrei uma Internet minimamente decente.

Muitos lugares passaram... Desde o último post, passei por Itália, Suíça, Liechtenstein, Alemanha e agora estou na República Checa. Voltarei para a Alemanha em 2 dias e, de lá, a viagem vai seguindo.

Esse post será mais direto, sendo basicamente fotos com suas legendas (Eslovenia e Croacia, que estava devendo, o resto vem depois) e áudios (todos que não foram publicados ainda, até Alemanha). Senão também não sobrarão histórias para contar quando chegar ao Brasil.

Hasta!

Bled - Eslovênia

Veneza - Itália

Cinque Terre - Itália

Bellinzona - Suíça

Munique - Alemanha

--------------------------------------

Eslovênia

Ljubljana




O castelo que protege o centro da cidade, visto das ruas abaixo

A torcida para ver o jogo decisivo da Eslovênia na Copa, reunida no centro da cidade.


Uma das TVs alternativas ao telão

Povo com o olhar fixo no telão, comemorando até lateral a favor do simpático país

Film pod zvezdami?



A entrada do Castelo

A cidade vista de cima

E o castelo...


Quadros na beira do rio! Que nem no Tietê...

Brasil em todos os cantos! Impressionante!

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us
Jovens após o jogo

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us





BLED

Como havia prometido, as explicações de Bled tinham que ser por fotos. Para quem não se lembra, Bled é uma cidade no meio dos Alpes Julianos, com um lindo lago no meio, um cartão postal maravilhoso. Até agora, meu lugar preferido de toda a viagem. As fotos:

Free Image Hosting at www.ImageShack.us
O castelo em cima do lago

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us
Não gerou thumbnail não sei porque, mas existe foto e é bem bonita!

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us
A pequena ilha com a igreja, acessível somente pelas gôndolas ou barcos a remo ali disponíveis

Free Image Hosting at www.ImageShack.us
Adorei essa foto! O lago e o castelo

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us
Visto lá de cima do castelo

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us
Os Alpes nevados em pleno verão

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us
A partir desta foto é retratado um parque pertinho de Bled, um achado! São 1600m de trilha, com uma paisagem absurdamente encantadora. Aqui que foi gravado o áudio da Eslovênia, acessível pelo post mais antigo. Quero ressaltar que em NENHUMA das fotos houve qualquer tipo de efeito ou tratamento virtual, tudo é assim na realidade. Aliás, até mais belo, já que o fotógrafo é meia boca.

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us
=D






CROÁCIA

Zagreb

Saída da estação de trem...

... e dou de cara com um festival de folclore eslavo!





Quem está imitando quem?

Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Free Image Hosting at www.ImageShack.us




Free Image Hosting at www.ImageShack.us

Tá olhando o quê?


Velhinhas se divertindo


Free Image Hosting at www.ImageShack.us



Foto bem na hora da coçadinha...



Eu falo que eles são chegados numa sacanagem...






Yugo, carro típico do leste, abandonado.









Quem está imitando quem? - parte 2



Sim, é uma Mercedes antiga com placas da California! Deveria ter virado à esquerda em Albuquerque, velhinho!